Às vezes, as ditas redes sociais fazem mal produzindo ou contribuíndo para distúrbios, conspirações e até revoluções. Mas não é o nosso caso. Com ajuda de Facebook cheguei a conhecer um homem extraordinário que se interessou e agora faz muito para conhecer a história da Rússia, ou, melhor dizer, da União Soviética. Principalmente, aquele período que todos de vocês conhecem como a Segunda Guerra Mundial e que os russos conhecem mais como a Grande Guerra Pátria, ou Patriótica. Fizemos amizades com o meu interlocutor e ele me mandou um relato sobre aquilo que ele faz, onde é que ele vive e, naturalmente, sobre ele mesmo. Eis a mensagem sua que com muito prazer comparilho com vocês.
"Meu nome é Marcelo Bonini, tenho 44 anos, casado, sou formado em Historia pela PUC/SP. Trabalho na área de contabilidade em uma empresa em Salto/SP.
Salto é um município brasileiro do estado de São Paulo. O município é cortado pelo rio Tietê. É uma região turística do interior do estado de São Paulo, localizada na região de Sorocaba, entre as cidades de Itu e Indaiatuba. Deve seu nome ao Salto do Tietê, uma cachoeira do Tietê localizada à altura da Praça Archimedes Lammoglia.
Apesar de só ter se desmembrado da cidade de Itu no século XIX, o marco da fundação de Salto é considerado a inauguração da capela do sítio Cachoeira, em 16 de junho de 1698. O proprietário do sítio era o Capitão Antônio Vieira Tavares, um ex-bandeirante (sobrinho do famoso bandeirante Raposo Tavares), que adquiriu as terras na margem direita do rio Tietê, até então habitadas pelos índios guaianases. No local onde se encontrava a capela original foi erguida a atual Igreja Matriz Nossa Senhora do Monte Serrat, construída entre 1928 e 1936.
Meu interesse pela história da Rússia começo em 1982 durante uma visita a Bienal do Livro, onde adquiri uma fita k7 com musicas da Grande Guerra Patriótica no estande de livros patrocinado pelo Consulado Soviético em São Paulo. Minha música preferida é o Hino da União Soviética e depois Katyusha.
Minha esposa Erika tem uma coleção de Matrioshkas, hoje são aproximadamente 8 exemplares todos originais da Rússia. Meu filho Artur, de 6 anos, tem vontade de conhecer a Rússia, quer assistir um jogo do CSKA, ver a pista de Fórmula 1 de Sochi, conhecer Petrov, o grande piloto russo de Fórmula 1. Conhecer o Kremlin e também a antiga Stalingrado (atual Volgogrado).
Durante o período em que estudei Historia na PUC/SP adquiri alguns itens de militaria soviética na feirinha do MASP, mas a minha coleção começo somente uns 15 anos depois quando ganhei de um amigo uma coleção de medalhas e ordens soviéticas. Passei a pesquisar e adquirir outros itens durante esses anos e hoje tem uma coleção que abrange medalhas, ordens, capacetes, uniformes, bandeiras, material de campo militar (cantil, pá de trincheira, rádio, pratos e talheres), um samovar e 2 acordeões.
A grande maioria das peças foi adquirida pelo ebay de vários países da antiga União Soviética (Ucrânia, Rússia, Bielorrússia, Letônia, Azerbaijão, Geórgia) também da Bulgária, Polônia e outros países do bloco comunista. Para isso tenho feito pesquisas na Internet através da participação em fóruns de discussão internacionais e também da aquisição de livros sobre o assunto.
Nesse período comecei a participar do "Dogs of War", um grupo de reencenação e montei um set que retrata um oficial soviético durante a tomada de Berlim, para poder participar dos eventos comemorativos que o grupo é convidado. No momento estou montando um set de soldado focado na batalha de Stalingrado. Reencenação histórica é um tipo de hobby recente no Brasil onde os participantes tentam recriar alguns aspectos de um evento histórico ou período, esse o objetivo do grupo "Dogs of War" que possui um site (http://www.dogsofwarbrasil.com.br/) e um fórum de discussão (http://z6.invisionfree.com/grh/index.php?act=idx).
A reencenação histórica também é um ato de respeito e homenagem aos veteranos sobreviventes e combatentes que pereceram nos conflitos mundiais, mantendo viva a memória de seus atos e ações na defesa de seus países. Isso têm sido e continua a ser uma inspiração para todos os reencenadores, os quais também prestam uma homenagem às famílias e amigos de qualquer membro das forças armadas brasileiras e de outros países que perdeu a sua vida ou de veterano que tenha sofrido danos psicológicos ou físicos no cumprimento do seu dever."