domingo, 27 de janeiro de 2013

Eu também sou pai e posso imaginar o que esses pais estão sentindo. Não é normal que os filhos morram antes dos pais”, declarou o suíço


Eu que estou aqui em São Paulo, choro, pense como estarão os pais desses jovens


Transcrição parcial de reportagem do Estadão, leia a integra da notícia no laço(link) indicado


27.janeiro.2013 12:13:52

AO VIVO: acompanhe a cobertura do incêndio que matou 233 pessoas em Santa Maria (RS)

18h03: Em vídeo publicado no YouTube, a banda Gurizada Fandangueira mostra o show pirotécnico utilizado em seus shows. Segundo testemunhas, um sinalizador usado pelo grupo provocou o incêndio que matou 233 pessoas na boate Kiss, em Santa Maria (RS).


 

17h52:  “Foi com tristeza que recebi a notícia da tragédia ocorrida em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Transmiti ao governador Tarso Genro nossa solidariedade e colocamos o Governo de São Paulo à disposição do que for necessário. Nossos pensamentos e nossas orações às famílias e aos amigos das vítimas”, disse Geraldo Alckmin, governador do Estado de São Paulo, em nota.
17h46:  O ex-jogador Ronaldo e o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, demonstraram neste domingo, 27, em Fortaleza, solidariedade com as famílias das vítimas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS). Ambos estavam na capital cearese para acompanhar as primeiras partidas na Arena Castelão, mas antes de falar sobre a reinaguração do estádio – o primeiro dos 12 que serão utilizados na Copa a receber jogos de futebol -, falaram sobre a tragédia. “Eu quero deixar meus sentimentos às famílias das vítimas desse terrível acidente”, disse o Fenômeno. Valcke diz que falaria em nome da Fifa e como pai. “Eu também sou pai e posso imaginar o que esses pais estão sentindo. Não é normal que os filhos morram antes dos pais”, declarou o suíço.
17h36: Confirmada mais uma morte, vítima do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria. No total,233 pessoas morreram.
17h31: A técnica contábil Cibele Facco, de 35 anos, estava sentada na tarde de ontem nas arquibancadas do ginásio de Santa Maria, abraçada ao marido. “Meu marido é médico e estava de plantão em Faxinal (cidade vizinha), quando recebeu a ligação, viemos desesperados para Santa Maria, já fomos em todos os hospitais e até entramos na UTI mas minha filha não está em nenhum lugar”. Mesmo com as tentativas sem sucesso de encontrar a filha, Cibele acredita que a filha possa estar viva. “Ainda acho que ela não morreu, se Deus quiser vai ser só um engano e minha filha vai estar de volta comigo”, afirmou a esperançosa. A técnica comentou que a filha morava em Faxinal e quase perdeu o ônibus para vir para Santa Maria. “Por alguns minutinhos minha filha não estaria em Santa Maria, e eu não estaria na fila para reconhecer corpos.”
17h27: O Ministério do Esporte cancelou os shows que aconteceriam nesta segunda, 28, para marcar os 500 dias para a Copa do Mundo, incluindo a apresentação do poster oficial. Ficou mantido apenas uma pequena parte da agenda, com a visita às obras do Mané Garrincha.
17h26:  O incêndio que matou ao menos 232 pessoas e deixou 116 feridos na boate Kiss na madrugada deste domingo, 27, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, está mobilizando uma rede de  ajuda para o atendimento às vítimas e o trabalho de identificação dos mortos. Saiba o que e onde doar.
17h23: Um pavilhão secundário do centro desportivo foi aberto para abrigar parentes já cadastrados na lista de espera para reconhecerem parentes e amigos. No lugar cercado, famílias desesperadas recebiam atendimento de enfermeiros voluntários. Entre um degrau da arquibancada, a estudante Letícia Zuliani, de 19 anos, chorava a morte de uma amiga e esperava para ver o corpo da vítima. Letícia diz que tinha sido convidada pra ir até a boate Kiss para comemorar o aniversário de uma amiga, mas resolveu não ir. “Eu estava cansada, queria dormir, se eu tivesse aceito o convite das minhas amigas provavelmente estaria morta”. A estudante disse ter mais três amigos desaparecidos.
17h17:  Além de pessoas que perderam parentes e amigos, muitos que não conheciam ninguémno local do incêndio foram até o ginásio de Santa Maria para levar água, luvas de procedimentos cirúrgicos, papel higiênico, máscaras e comida. Danielli Gonzales foi com sua mãe até o local. A jovem é de Curitiba e pela manhã recebeu ligações de parentes que ficaram desesperados ao ouvir notícias sobre a tragédia ocorrida em uma boate de Santa Maria. Danielli perdeu 4 amigos e, até as 14h, não tinha notícias de um amigo dado como desaparecido. A publicitária Gabrielly Milany foi até o local levar água e mantimentos para as pessoas que estavam na fila e dentro do ginásio a espera da hora de reconhecer os corpos. Gabrielly conta que estava em casa quando ouviu a notícia sobre a Kiss. “Resolvemos ir ao mercado e para comprar água e papéis higiênicos para tentar ajudar no trabalho de reconhecimento das vítimas”.
17h14: Dentro do ginásio, pessoas choravam e gritavam, enquanto voluntários da área da saúde e psicólogos tentam amenizar o desespero dos parentes. Em um dos pavilhões do local, os mais de 200 corpos estavam enfileirados lado a lado para serem reconhecidos. Panos tapavam os corpos, o que fez o ginásio parecer uma espécie de campo de concentração pós-guerra. A técnica de enfermagem Adiles Dias, de 55 anos, estava acompanhando parentes que só poderiam passar para o momento de reconhecimento de corpos acompanhados de um policial e um profissional da área de saúde. “Já socorri cerca de 14 pessoas que desmaiaram ou ficaram em estado de choque sem conseguirem se mexer. É realmente a coisa mais triste que já vi na minha vida”, desabafou Adiles. Ana Paula Oliveira, de 35 anos, era uma das mães que estava sendo acompanhada por Adiles, Ana afirmou que só ficou sabendo do fato após as 8h da manhã, quando os vizinhos começaram a ligar para alertar sobre o incêndio da madrugada. Ana conseguiu a confirmação da morte do filho antes mesmo de chegar ao ginásio, por volta das 10h ligou para o celular do filho. “Quando liguei pra ele,uma policial atendeu e me disse que meu filho tinha morrido, mas ainda não caiu a ficha”.
17h13: O governador Tarso Genro afirmou, durante entrevista coletiva, que o dono da boate Kiss terá de apresentar toda a documentação mostrando que a casa de shows tinha condições de abrigar a festa.
17h07: Autoridades informaram que 115 mortos já foram reconhecidos.
17h02: Os corpos das vitimas foram retirados de dentro da boate e levados por um caminhão baú até o centro esportivo da cidade. Logo depois de divulgado o destino dos corpos, parentes e populares se aglomeraram em frente ao ginásio esportivo. A cena era de desespero, com muitas pessoas chorando, algumas atiradas no chão gritando e querendo se aproximar dos portões do ginásio, mas o local estava isolado pelos policiais. Perto do meio-dia, alguns corpos começaram a ser reconhecidos por parentes e amigos. Por volta das 14 horas, a fila para entrar no ginásio já dava a volta na quadra. O professor de dança Fernando Serpa, de 27 anos, estava no local para reconhecer os corpos de 4 meninas da equipe de dança de sua academia. Segundo Serpa, ele e as garotas estavam em um aniversário antes de elas irem para a boate. O professor afirma que insistiu para que elas não fossem e ainda conseguiu “segurá-las” até a 1h30 da madrugada, mas não conseguiu e as quatro foram para a Kiss. Ao ficar sabendo do incêndio, Serpa se desesperou e foi correndo até o local. Ao ver a impossibilidade de se aproximar, foi até o estacionamento da boate para procurar o carro de uma das amigas. Ele diz ter se desesperado quando viu que o veículo estava no local e conseguiu confirmar a presença das amigas na boate. Serpa diz que uma de suas amigas tinha um filho pequeno. “Não sei como vai ser daqui pra frente, como será a vida dele”, disse.
16h58: Lucas Culau, de 21 anos, também estudante, foi um dos jovens sobreviventes. O jovem diz ter visto o momento em que o teto da boate começou a pegar fogo, o que ocorreu, segundo ele, após um dos integrantes da banda utilizar um sinalizador.  Culau disse que o vocalista pareceu querer controlar o público e disfarçar, mas logo após tentou amenizar a situação com um extintor. Porém, quando todos perceberam que o teto estava ardendo em chamas, as centenas de pessoas que estavam no local entraram em pânico e em alguns segundos o tumulto foi causado. Culau diz que, no começo, mesmo com muitos gritos e empurrões, ele achava que todos iriam escapar e só a boate pegaria fogo. A realidade foi totalmente diferente quando o estudante avistou todas as pessoas lutando para sair com vida, conhecidos sendo carregados por outras pessoas e alguns morrendo.  ”Vi pessoas lutando pelas suas vidas, sendo buscadas por outras e morrendo diante de todos”.  ”Foi a cena mais horrível da minha vida. Não consigo comer, muito menos sorrir, estou em completo estado de choque.”
16h56: De acordo com a estudante de Administração Thaíse Brenner, de 24 anos, o tumulto começou próximo ao palco onde a banda de músicas gaúchas apresentava um show de pirotecnia. A estudante e outra amiga estavam próximas da porta de saída, quando perceberam a confusão e tentaram sair. Porém, Thaíse conta que foi impedida pelo segurança da boate. “Ele queria que nós fôssemos para uma outra fila pagar a comanda da festa e dizia que o incêndio estava sendo controlado”, afirma a estudante. Thaíse e a amiga então empurraram o segurança, que caiu. Somente dessa forma conseguiram escapar com vida. “Conseguimos passar por debaixo das pernas dele e fugimos da boate. Depois disso várias pessoas nos seguiram”, afirma a estudante, que diz ter sido uma das primeiras a sair da festa.
16h51: De acordo com o ministro, cerca de 30 pacientes que estão internados em Santa Maria respiram por aparelhos. Ele também alertou para que as pessoas que inalaram a fumaça da boate devem ficar atentas para procurar os médicos caso tenham tosse.
16h50: Padilha afirmou que outros 11 feridos serão levados para Porto Alegre. Além disso, ele disse que foi montada uma estrutura para remoção aérea dos pacientes.
16h49: O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou agora há pouco que 14 feridos foram transferidos de Santa Maria para Porto Alegre.
16h47: Vídeo feito pelo enviado especial do Estadão a Santa Maria, Lucas Azevedo, mostra os parentes identificando os corpos das vítimas no centro desportivo municipal.



16h42: O Hospital Universitário de Santa Maria divulgou a lista dos feridos que estão internados no local. Abaixo, os nomes de 29 pessoas feridas no incêndio da boate Kiss:
Marcia Andrade Rodrigues
Ricardo Holdbarbaum do Amaral
Pedro Almeida
Natani Ribeiro da Silva
Sara Denise da Silva
Bibiana Fontana Ribeiro
Pedro Falcão Ribeiro
Luis Arthur Resener de Morais
Brian Zeppenfeld
Denise Filipeto de Almeida
Emilio Bernich
Carmen Janaina Dutra F. Rodrigues
Gabriela França de Abreu
Capricie Pereira Hubner
Fabiano Martins
João Batista Gonçalves
Junior Marosin Felipeto
Eduardo Felipeto Klein
Leonardo Guimarães Machado
Barbara Aline Saudatti Felipeto
Tatiele Soares Aniel
Adriele Roth da Silva
Guilherme Ferreira da Luz
José Volp
Natalia Lucero Fernandes
Ana Cristina da Silva
Henrique da Costa Mendes Muniz
Amanda Ruas Freitas
Rodrigo Costa M Nunes
16h40: O ex-ministro da Defesa e do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim, nascido e criado na cidade gaúcha de Santa Maria, classificou a tragédia como “brutalmente lamentável”. Após saber que seus sobrinhos e sobrinhos neto não estavam no local, agora ele aguarda informações para saber se há amigos entre os mortos ou feridos. “Foi uma tragédia brutalmente lamentável. Tenho dois irmãos que ainda moram em Santa Maria e soube hoje de manhã, quando recebi o telefonema do mais moço. Ele me deu a ideia da magnitude da tragédia, naquele momento ainda falavam em 190 corpos e me disse que havia sido decorrente de um sinalizador usado pela banda, enfim, as informações que já estavam circulando, foi quando então liguei a televisão. Ele me tranquilizou informando que não havia parentes nossos (no local). Tenho toda a família lá: sobrinhos, sobrinhos neto… Meu irmão mais velho está na praia com toda a família e o pessoal do meu irmão mais moço estava com ele (na hora do acidente). Agora, evidentemente, pode ser que tenha alguns amigos, descendentes de amigos, e meu irmão ficou de me avisar no momento em que fosse identificado algum conhecido. Se souber que há pessoas ligadas à gente, viajo para lá. Agora é só aguardar por notícias mesmo. É tudo muito chocante.”
16h36: Às 3h20, Michele Cardoso afirmou em sua conta no Facebook que estava na boate Kiss e pediu socorro pelo Facebook. “Incêndio na KISS socorro”, foram as palavras de Michele. Nos comentários da postagem, amigos perguntaram se Michele estava bem, mas até 16h20 não havia resposta.
Pedido de socorro no Facebook


16h30:  A policia fez um corredor para a transferência dos corpos identificados para serem preparados para o enterro. Muitos estão aguardando pelas certidões de óbito expedidas na hora. Voluntários, policiais e soldados do Exército a todo momento transportam caixões vazios para um lado e voltam com eles cheios para o outro.

Os direitos autorais da reportagem acima, pertencem ao jornal Estado de São Paulo, Estadão.com.br/blogs

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